A história começou de uma forma despretensiosa. Durante o réveillon de 2009-2010, um grupo de amigos se encontrou para tocar um samba. A partir daí, pensaram: “por que não passar o próximo carnaval em Belo Horizonte”? Isso numa época em que o carnaval da capital mineira era considerado quase inexistente, pois a maioria da população da cidade viajava para outros locais em busca de festa ou descanso. Dois meses depois, em fevereiro de 2010, esse mesmo grupo de amigos estava no tradicional Bar do Orlando, em Santa Tereza, fazendo a folia. Foi assim que iniciou a trajetória artística do Unidos do Samba Queixinho, comandado pelo mestre de bateria Gustavo Caetano e seus amigos.
Uma brincadeira espontânea, utópica, iniciada em 2010 com uma turma de amigos, mas que no carnaval de 2018 levou 70 mil foliões para a rua. Além de, seguramente, ter se transformado em uma das baterias mais potentes, virtuosas e carismáticas do carnaval de Belo Horizonte.
“Nesses 10 anos, a música sempre foi a principal luta do Queixinho. Nesse período, formamos vários ritmistas, músicos e promovemos a autonomia musical de diversas pessoas. Hoje, com muito esforço, conseguimos criar um espaço musical (o Barracão do Queixinho) e sempre promovemos aulas com grandes personagens do samba do Rio de Janeiro, como o nosso padrinho Mestre Odilon Costa, o Mestre Nilo da Portela e músicos da Mangueira. Fomos atores da mudança que o carnaval de rua de Belo Horizonte teve, tornando-se em um dos principais carnavais do país. Além disso, somos apoiadores da Parada do Orgulho LGBT e participamos do debate sobre o espaço público e a mobilidade urbana da cidade, pautas caras para a população de BH”, comenta Gustavo Caetano, idealizador e mestre de bateria do bloco.
Outra caraterística que marca a história do Queixinho é o diálogo com grupos artísticos mineiros que produzem obras profundas e universais e que levam a bandeira de Minas Gerais para o mundo. No carnaval de 2016, a primeira homenagem realizada foi ao Grupo Galpão. Na oportunidade, a “Esmeralda”, a emblemática veraneio do espetáculo “Romeu e Julieta”, desfilou como madrinha de bateria. Já em 2018 foi a vez do grupo levar para as ruas do carnaval belorizontino os bonecos criados por Álvaro Apocalipse, do Grupo Giramundo. Neste ano, oBonecão Capetão, do Giramundo, foi “a madrinha do carnaval”. Ele puxou o desfile da folia.
Para 2019, ano em que o Queixinho completa 10 anos, finalmente será concretizado um sonho da escola de samba de rua: homenagear o Grupo Corpo. “A trajetória do Corpo na arte brasileira, a importância do grupo na criação de uma estética brasileira na dança contemporânea e o trabalho incansável de produzir espetáculos que marcaram a dança no mundo fez o Queixinho ter a certeza que toda essa potência artística precisava ser homenageada. Além do mais, acreditamos que o Grupo Corpo, com toda a sua história, precisa estar presente na retomada do carnaval de Belo Horizonte, uma das principais manifestações culturais do nosso país”, explica Gustavo Caetano, idealizador e mestre de bateria do Queixinho.
Rodrigo Pederneiras:
“O convite da homenagem ao Grupo Corpo foi totalmente inesperado. Para mim, é uma experiência nova. Nunca fui festeiro e nem de acompanhar carnaval. Mas o carnaval de rua está crescendo tanto em BH que, quando o Gustavo falou que seríamos os homenageados, foi um grande barato. Já tive alguns convites de escolas de samba do Rio para fazer abre alas, mas não é a minha praia, e por isso eu sempre disse não. Porém, agora a história é outra, uma vez que somos os homenageados. Vai ser legal fazer parte e estar nesse ambiente do carnaval, junto com a turma do Queixinho”, comenta Rodrigo Pederneiras, coreógrafo do Grupo Corpo.
A rua como palco
Ensaios debaixo de viadutos e em praças públicas durante o ano inteiro. E, em fevereiro e março, cortejos em ruas e avenidas, com a capital mineira sendo ocupada pelo povo com toda a sua diversidade e beleza, suas mazelas e contradições. Um momento colorido de alegria, de festa, mas também de discussão política, de experiências singulares e, ao mesmo tempo, de profundas relações coletivas com a cidade. Utilizando a rua como palco, mas, sobretudo, como espaço de troca e de voz.
Já o Grupo Corpo é reconhecido por apresentar a sua arte nos grandes teatros do mundo. À primeira vista, talvez não seja perceptível, mas o Corpo também tem uma relação com a rua, a partir do momento que utiliza nos espetáculos as linguagens das festas populares e da música popular, como o samba e o xaxado, transformando-as em uma linguagem própria. E o início de tudo isso é na rua.
Portanto, o desfile “Samba Queixinho 10 anos – O Corpo na rua” é uma oportunidade concreta de assistir nas ruas Belo Horizonte um espetáculo sonoro, corporal e visual. Um momento, na tarde de domingo, do dia 3 março de 2019, que pode seguramente marcar a história da cidade.
Serviço
10 Anos do Samba Queixinho – Desfile em homenagem ao Grupo Corpo
Data: domingo de carnaval, 3 de março
Horário: 14h30min
Local: av. Bandeirantes, próximo ao nº 1.701, no Mangabeiras, em Belo Horizonte-MG
A ASSESSORIA DISPONIBILIZA FOTOS EM ALTA RESOLUÇÃO COM CRÉDITO.
Contatos para entrevista:
Daniel Helvécio, assessor de imprensa do Unidos Samba Queixinho: (31) 99775-9075 / danielhelvecio@gmail.com
Ângela Azevedo NOIR Comunicação Total: (31) 99114-7229 / angela@noir.com.br
*FOTO DE CAPA: Desfile 2018 – Fotógrafo André Paiva