Pandemia e isolamento social podem ser responsáveis por um novo surto de obesidade e cuidados redobrados devem se tornar prioridade nos próximos meses
A obesidade é considerada um dos maiores problemas de saúde pública no mundo. Só no Brasil, segundo o Ministério da Saúde, estima-se que quase 20% da população com mais de 18 anos sofra com o problema. O transtorno traz consigo diversas doenças relacionadas, que podem ser desde problemas físicos até psicológicos.
Como forma de conscientização, em 2008, foi criado no país o Dia Nacional de Prevenção da Obesidade, celebrado em 11 de outubro, mesma data conhecida como o Dia Mundial da Obesidade. Desde então, todos os anos, o mês de outubro é lembrado como um período para colocar o problema em destaque, falar sobre medidas de prevenção e realizar campanhas de conscientização pelo país.
Segundo Bruno Sander, gastroenterologista e especialista em tratamentos para obesidade, a pandemia de Covid-19 trouxe consigo diversas consequências preocupantes e que poderão causar problemas em longo prazo. “Entre eles, destaca-se o risco da obesidade ainda mais crescente para os próximos anos. Um dos principais motivos para isso refere-se aos fatores totalmente relacionados ao ganho excessivo de peso: sedentarismo e saúde emocional abalada que pode alavancar o consumo de alimentos ruins para a saúde”, diz.
Bruno esclarece que, em muitos casos, os pacientes encontram na comida uma espécie de “válvula de escape” para os acontecimentos do dia-a-dia. “Os produtos industrializados – cheios de açúcar e gordura – ligam certos neurotransmissores cerebrais que causam a falsa sensação de satisfação, relaxamento e bloqueio de sensações ruins, como a ansiedade, o estresse, dentre outros problemas. Por isso, é tão comum sentir vontade de comer uma “besteirinha” quando estamos nervosos, por exemplo”, acrescenta.
Portanto, a melhor forma de evitar esse hábito é reeducando o cérebro para lidar com momentos de tensão. “É nesse sentido, que falar sobre o assunto é tão importante. É necessária a conscientização para que mais pessoas entendem os riscos de manter tais hábitos que podem evoluir para o surgimento de diversos outros problemas de saúde e, principalmente, a obesidade”, destaca.
Acompanhamento médico é essencial no combate a obesidade
Em meio aos cuidados contra a obesidade, o constante acompanhamento de especialistas é fundamental para reduzir a doença no país. “Isso porque através de tais profissionais é possível manter a saúde e evitar danos. Afinal, em muitos casos, é praticamente impossível lidar com a mudança de hábitos sozinho(a), já que os fatores relacionados podem envolver a saúde emocional, além de hábitos adquiridos ao longo da vida que pode depender do ambiente em que se vive”, afirma.
A boa notícia é que a modernidade traz consigo cada vez mais tratamentos seguros e eficazes para combater a obesidade. “Portanto, busque imediatamente um médico para te ajudar a obter hábitos saudáveis e evitar o perigo de um dos principais males do século”, finaliza.
Fonte: Bruno Sander, médico cirurgião endoscopista, especialista em gastroenterologia e nutrologia. É diretor clínico do Hospital Dia Sander Medical Center, em Belo Horizonte (RQE: 14270/32354/41292)
atualizado em 14/10/2020 - 12:59