Academia Orquestra Ouro Preto é a grande novidade do ano; Núcleo de Apoio a Bandas, turnês estadual e nacional, Domingos Clássicos e novas parcerias musicais estão na agenda de 2019
Em 2018, a Orquestra Ouro Preto celebrou a maioridade e comemorou em grande estilo: foram 56 concertos em 31 cidades brasileiras. O grupo tornou-se a orquestra residente do Sesc Palladium, ampliou as atividades do Núcleo de Apoio a Bandas, lançou o concerto “The Beatles – Volume II”, o DVD “Música Para Cinema”, o espetáculo “O Pequeno Príncipe” e gravou os CDs/DVDs “Quem Perguntou Por Mim: Orquestra Ouro Preto e Fernando Brant” e “Suíte Masai” com o rapper Flávio Renegado. Após tantos sucessos, a temporada 2019 promete ser ainda mais surpreendente, marcada por apresentações em todo o país, novos projetos sociais e parcerias musicais.
A Academia Orquestra Ouro Preto é a principal novidade do ano. Voltada para talentos da música de concerto, a Academia selecionou 22 jovens músicos e musicistas para uma série de atividades ao longo do ano. Criada com o objetivo de fomentar a prática da música de concerto no país, a Academia é patrocinada pela SulAmérica, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (a Lei Rouanet) e já nasce como referência em Minas Gerais. Ela busca aperfeiçoar a técnica de músicos entre 18 e 28 anos de idade que têm em comum a paixão pela música, além de enxergarem nela a possibilidade de uma carreira artística e um futuro promissor.
Rodrigo Toffolo, diretor artístico, regente titular da Orquestra Ouro Preto e idealizador da Academia, aponta que a iniciativa foi construída como instrumento de inclusão social e cultural, tendo como base os valores artísticos da formação principal e sua forma de fazer música, que a elevaram ao status de uma das mais importantes e premiadas orquestras brasileiras. “A Academia é a materialização de um sonho antigo e mais um passo importante na história da Orquestra Ouro Preto. Queremos apresentar a esses jovens a experiência da música como modo de vida possível, criando oportunidades de inserção no mercado profissional, através de um trabalho prático e, sobretudo, humano”, comenta Toffolo. Além disso, os instrumentistas que se destacarem terão a oportunidade de fazer parte do grupo de músicos da Orquestra Ouro Preto.
Núcleo de Apoio a Bandas
Outro projeto sociocultural da Orquestra Ouro Preto é o Núcleo de Apoio a Bandas. Iniciando o terceiro ano de atividades, o Núcleo continua ampliando suas ações em 2019. A iniciativa tem como objetivo fomentar e capacitar regentes, professores e instrumentistas das tradicionais bandas de Minas Gerais e do Brasil. Consultorias, oficinas, palestras, atividades práticas e teóricas estão entre as ações realizadas. As atividades são inteiramente gratuitas, prezando pela troca de experiências e o diálogo entre os participantes.
De acordo com o Maestro Rodrigo Toffolo, idealizador do projeto, o Núcleo possui papel essencial no fomento às corporações musicais. “Sabemos que as corporações musicais e as bandas marciais, fazem parte de um dos mais relevantes bens culturais do país principalmente no que diz respeito a formação de profissionais e de cidadãos, através da música. Sabemos também que, apesar da importância dessas associações, a manutenção de suas atividades é feita sempre com muita dificuldade, especialmente pela falta de apoio. Através do Núcleo de Apoio a Bandas, queremos estabelecer diálogo com esses fazeres tradicionais, trocar experiências e sugerir caminhos para sua preservação”, ressalta o Maestro.
No ano passado, por exemplo, o Núcleo de Apoio a Bandas lançou o Prêmio Orquestra Ouro Preto, levando a São Paulo três jovens músicos, que se destacaram nas atividades promovidas, para uma semana de residência artística, que contemplou práticas na FIAM-FAAM e no Teatro Municipal de São Paulo, além de visitas a importantes centros culturais. Em 2019, o Prêmio terá sua segunda edição.
Turnês e parcerias
A presença da Orquestra Ouro Preto em diversas cidades do Brasil é mais do que uma realidade. Com público estabelecido fora do estado, a Orquestra promove concertos em Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP), além da capital mineira. O interior de Minas também foi contemplado com apresentações em diferentes regiões. “Vamos nos apresentar com Alceu Valença, dando continuidade a Valencianas, incluindo um concerto a céu aberto em Recife, e também com Ivan Lins, projeto que teve início no final de 2018. A novidade do ano fica a cargo de um novo espetáculo ao lado de Fernanda Takai, que está sendo concebido”, conta Rodrigo Toffolo.
O diálogo com outras linguagens artísticas é destaque, com homenagem à sétima arte e a um dos mais influentes nomes do cinema mundial. De 05 a 07 de julho, em Belo Horizonte, a Orquestra realiza o Festival Charles Chaplin, cobrindo de música alguns dos filmes que fazem parte da extensa cinematografia de Carlitos. Segundo o Maestro, “a ideia é executar, ao vivo, a trilha sonora de três filmes de Chaplin. Cada dia será um, num formato de festival. Além de ouvir a música, as pessoas terão a possibilidade de assistir aos filmes em uma tela de grandes dimensões, relembrando o período clássico do cinema”.
Antes, no dia 19 de maio, uma atração internacional. A cantora espanhola Uxia, divide o palco com a Orquestra. Com uma carreira de sucesso na região da Galícia, Espanha, ela fará seu debut no Brasil, repetindo a apresentação que fez com a Orquestra Ouro Preto em Santiago de Compostela, em 2013. Outro destaque da agenda na capital mineira é a participação na BH Beatle Week, no dia 09 de agosto.
O CD e DVD “Quem Perguntou Por Mim: Orquestra Ouro Preto e Fernando Brant” serão lançados em Belo Horizonte no dia 21 de setembro. Gravado em 2018, o espetáculo une a musicalidade da Orquestra Ouro Preto à palavra de um dos maiores poetas e compositores mineiros: Fernando Brant. Quem Perguntou Por Mim revive clássicos da produção poética de Brant, imortalizadas pelas vozes de Milton Nascimento, Elis Regina e de seus parceiros do Clube da Esquina, promovendo um mergulho na alma de Minas Gerais.
Ainda sobre lançamentos, a Orquestra apresenta ao público, ao lado de Flávio Renegado, o CD e DVD Suíte Masai, com previsão para chegar ao mercado ainda no primeiro semestre.
Relacionamento com o público: Amigos de Ouro
A Orquestra Ouro Preto quer estar cada vez mais perto de seu público e, para isso, mantém um programa de fidelidade, o Amigos de Ouro. Nele, o público pode contribuir diretamente para que a Orquestra continue oferecendo concertos gratuitos ou a preços populares, bem como projetos sociais. Para ser amigo, basta doar até 6% do valor devido do imposto de renda, por meio da Lei Rouanet, ou fazer uma doação direta. Toffolo destaca que a contribuição do público é de extrema importância para a manutenção das atividades. “É a participação da sociedade civil que garante à Orquestra a sua permanência como grupo de performance de alto nível, auxiliando, inclusive, na subsistência de nossos projetos sociais. A doação por meio de leis de incentivo é uma ferramenta à disposição de todos, que confere ao cidadão o poder de decisão sobre onde investir seu imposto e contribuir ativamente para fomentar a cultura de sua região e de seus grupos favoritos”.
Os participantes do Amigos de Ouro recebem vantagens que vão de CD’s e DVD’s da discografia da Orquestra a ingressos para concertos. São diferentes categorias de doação para que ninguém fique de fora. “A doação contribui com a nossa proposta de democratizar o acesso à música erudita. Temos o compromisso de transformar cada doação em acordes positivos que ressoem aos quatro cantos do país, formando pessoas para um futuro melhor”, destaca Rodrigo.
Sustentabilidade
Para realizar todas essas ações a Orquestra Ouro Preto apresenta projetos via Lei Federal de Incentivo à Cultura e Lei Estadual de Incentivo à Cultura, por meio das quais recebe patrocínios. Para a temporada artística 2019 e seus projetos de cunho social, conta com o apoio das empresas SulAmérica Seguros, Rede, Vale, Anglogold Ashanti, Aliança Energia, Cemig e CBMM, além dos Amigos de Ouro, que são pessoas físicas que destinam parte do seu imposto de renda.
Além dos projetos incentivados, a Orquestra tem algumas apresentações privadas dentro e fora do estado de Minas Gerais.
Domingos Clássicos
Dando continuidade à parceria com o Sesc em Minas, a Orquestra Ouro Preto mantém-se como residente do Sesc Palladium. Durante o ano, a Orquestra realiza várias apresentações no espaço cultural, além dos concertos que integram a série Domingos Clássicos, tradicional em BH. “É uma parceria que fortalece ainda mais o nosso trabalho. A residência em 2018 foi muito produtiva. O Sesc em Minas é um de nossos grandes parceiros e, para 2019, preparamos uma agenda com muita coisa boa para o público”, conta o Maestro.
Para a Gerente de Cultura do Sesc Palladium, Janaina Cunha, a permanência da Orquestra no Sesc Palladium retrata o amadurecimento de uma parceria que tem dado certo a cada ano. “Iniciamos essa trajetória com a Orquestra por meio da Série Domingos Clássicos há quatro anos e seguimos em 2019. Isso porque o Sesc e a Orquestra são múltiplos e se identificam nessa pluralidade, oferecendo ações de qualidade a todo tipo de público, priorizando a excelência, a diversidade e o compromisso de oferecer a sociedade novas oportunidades de fruição da cultura, neste caso, especialmente da música de concerto”, afirma.
O ponta pé inicial dessa parceria se deu no último final de semana, com o espetáculo “Tirando a Casaca”, quando a Orquestra recebeu como convidado o multiartista Antônio Nóbrega. Em abril, no dia 14, é a vez de OPequeno Príncipe. No mês seguinte, no dia 05, Vivaldi ganha os acordes da Orquestra. Já no dia 09 de junho, a Música deConcerto Brasileira é destaque.
Os 80 anos de Célio Balona serão comemorados no dia 14 de julho. Em agosto, no dia 04, Rufo Herrera se apresenta com a Orquestra Ouro Preto. No mês de setembro, no dia 08, o espetáculo “Consanguíneos” reverencia a memória de Betinho, Henfil e Chico Mário, com participação da atriz Bárbara Paz. Já no mês das crianças, o grupo Pé de Sonho é o convidado do concerto que será realizado no dia 13. E Beethoven é o tema do dia 10 de novembro. Encerrando as apresentações da edição 2019 da série, o pianista Cristian Budu sobe ao palco do Palladium, na manhã do dia 08 de dezembro.
O projeto Domingos Clássicos surgiu como uma proposta do Sesc em Minas, em parceria com a Orquestra Ouro Preto, de democratização do acesso à música. Além das apresentações com ingressos a preços populares, o público participa de atividades formativas, aproximando-se, ainda mais, do universo erudito, através do “Fala, Maestro!”, ação realizada 30 minutos antes de cada concerto. Momento em que o público tem a oportunidade de dialogar com o Maestro Rodrigo Toffolo.”2019 será grandioso, e gera uma expectativa enorme para o ano que vem, quando completaremos duas décadas de trabalhos ininterruptos”, finaliza Toffolo.